quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quem está certo?!

E outra vez aqui estamos nós, gladiadores de idéias nessa selva de imundície chamada Brasil.

Praias e mulheres belíssimas, terras férteis, pessoas criativas e trabalhadoras, um ótimo clima tropical...
Acho que é só.

Culturalmente, aos olhos do resto do mundo, somos o país que exporta as melhores bundas. Isso falando no lado bom da coisa.
Bundas e música. Mas não é a MPB de Chico Buarque, nem de Tom Jobim e tantos outros gênios do segmento.
Bundas e funk carioca. Esse mesmo. A trilha sonora do capeta.
Deliciosas morenas e loiras, enfiadas em peças mínimas de roupa, rebolando o rabo frenéticamente ao som de batidas do DJ Marlboro e entoando novos hinos para o século 21 (vide “Cerol na mão”, “Funk da Lacraia”, “Melô do Popozão”).
Eu, pessoalmente, adoro.
Adoro mulher gostosa. E adoro mulher puta.
Mas eu posso admitir. Você não.
Você diz que acha ridículo mulheres se auto-denegrindo publicamente com toda essa porcaria. Mas, amigão, quando você vai dar a sua puladinha de cerca no final de semana, deixando a coitada da mãe dos seus filhos na casa da sogra, você bem que queria poder meter a rola numa Valesca Popozuda da vida.
E não venha me dizer que você não trai. Vá mentir pros seus amiguinhos e suas amiguinhas. Vá contar historinhas pra sua família de católicos.
Eu sei com quem você sai.
Aquelas putinhas novinhas, ninfetinhas infernais que às vezes são até filhas de amigos seus. Universitária gostosona com carinha de ingênua, que faz de tudo (mesmo) pra manter um excelente padrão de vida que você nunca vai conseguir dar sequer pra sua mulher.

Quem está certo?

Você e seu casamento de aparências, fingindo ser feliz com o trabalho, as obrigações e as contas ou as putinhas deliciosas que malham o corpo 24 horas por dia, fazem delirar multidões por onde passam e discretas como são, muitos sequer ousam sonhar o que fazem para ter o que tem?
Para as mulheres que me lêem, um aviso: não pense que moralidade, ser boa mãe ou ser afetuosa satisfaz seu macho na cama, querida.
Homem gosta de roupa curta, perna de fora, decotão e de fazer o que bem entender entre quatro paredes.
Esqueça a imagem que o gatinho do seu trabalho (que é tão bonito, meigo e inteligente) tenta te passar. Ele não é bom moço. Ele só quer te deixar caidinha pra poder te descer a lenha até cansar.
“Então ninguém presta?”, você me pergunta.
Alguém deve prestar. Mas eu não conheço.
Você conhece alguém? Pois me dê o nome completo e eu lhe asseguro que encontro todo e qualquer tipo de podre sobre o coitado.

Agora que já temos intimidade o suficiente, vamos cortar as preliminares e ir direto ao ponto: você está completamente perdido.
Perdido no trabalho, perdido no relacionamento familiar, perdido na vida amorosa...em tudo.
E você, homem, mulher, criança ou idoso, está se enforcando com essa corda colorida que puseram em volta do seu lindo pescoço e ainda nem se deu conta.

Você é feliz? Ou, melhor, você sabe o que é felicidade?
Desprenda-se dos valores dos outros por um minuto. Pense com a própria cabeça. Esqueça toda a parte sentimental da coisa. Esqueça o falso moralismo.
Você, homem, desculpe o linguajar, come quem gostaria de comer? E, quando o faz, faz do jeito que realmente deseja?
Você, mulher, abre as perninhas pro macho que deseja? Faz tudo o que tem vontade entre quatro paredes?
Eu duvido. Porque eu conheço todos vocês.
Conheço suas reclamações, seus medos, suas dúvidas e suas perversidades.
Esqueça da parte sexual, também. Vamos falar do social.
Quantos amigos você tem? Você sabe o que é amizade?
Sabe quem realmente são os seus amigos? O que eles fazem e dizem quando você não está por perto?
Você trabalha aonde gosta, com quem gosta, fazendo o que gosta?
Ganha o dinheiro que (acha) que merece?

Eu, na condição privilegiada em que estou, deveria lhe dizer palavras amorosas e reconfortantes, te ajudar de qualquer maneira possível.
Mas eu não quero.
Esse é meu ofício. Olhar você de perto, te enxergar por completo, te pegar pelo avesso e enfiar o dedinho sujo em todas as suas feridas malditas.
Pense em mim como o Freud do inferno. Um servo do capeta que tem como única missão acabar com todos os seus minutos de paz ilusória pra dizer que tudo, absolutamente tudo o que você vive é uma farsa.
“Mas que merda você ganha com isso?”, você me pergunta, indignado.
Pense. Pense um pouquinho só e você vai enxergar a resposta ali no meio da sua cara.

Eu sou a Voz da Subversão. A continuação de tantos outros antes de mim, seguindo com o legado de ser a Boca do Inferno dos tempos atuais.
Eu não tenho restrições, não tenho moral e não tenho religião.
Essa é a minha função no mundo.
Acostume-se comigo. Eu me pareço com todos os outros, ando com todos e, inclusive com você.
Eu me infiltro em todas as camadas da sociedade, ando em todas as ruas, freqüento todos os lugares.
Cuidado comigo.
Eu sou aquela verdade que você luta pra esconder embaixo do tapete.
Aquela neura que você morre de vergonha que todos descubram, aquela que você tenta esquecer pagando caríssimas terapias.
Eu sou você sem toda a vagabundagem intelectual e hipocrisia.
Simples assim.

“Quem diz que a verdade dói é o idiota que não consegue analisá-la, entendê-la e dominá-la para, finalmente, subvertê-la à seu bel prazer.”

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